Críticas – Como lidar com em 5 passos

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Quando uma crítica é feita para julgar ou avaliar um comportamento ou uma decisão pessoal, podem nos gerar muito desconforto. Entre outras coisas, pode produzir a sensação de angústia ou tristeza e, às vezes, raiva. Neste artigo explicaremos algumas estratégias que podem ser úteis para enfrentar as críticas de uma maneira que nos facilite tanto a interação social, como manter a estabilidade emocional.

5 estratégias para enfrentar as críticas

Quando nos encontramos em uma situação onde ouvimos algo que não gostamos, porque tem a ver diretamente com nós mesmos, é comum que nos deixemos reagir a partir do filtro emocional e omitamos a parte racional, com o qual, muitas vezes, nos geram a sensação de não saber o que fazer.

Não obstante, ainda sem saber o que fazer, nós agimos. E a forma como o fazemos pode mesmo gerar desconforto ou confusão nas outras pessoas. Pode mesmo acontecer que as nossas reações perante as críticas se tornem um obstáculo para o desenvolvimento das relações interpessoais, ou, para o desenvolvimento pessoal. Por todo o exposto, não é demais fazer o exercício de se perguntar como estamos lidando com as críticas e como podemos fazê-lo adequadamente.

1. Avalie a situação

As críticas, tanto que se compõem de uma série de julgamentos sociais, podem gerar culpa com facilidade. É importante que, antes de passar este momento, vamos colocar as críticas em contexto. Significa que podemos refletir sobre como podem ser afetadas as percepções alheias e as explicações do sucesso ou do fracasso sobre um desempenho de acordo com várias etiquetas ou valores sociais atribuídos a nossa própria pessoa. Desta forma, podemos gerar ferramentas para estabelecer um diálogo com o interlocutor (com quem faz a crítica), antes que nos paralisemos, por raiva ou angústia.

Em suma, nem todos reagimos da mesma forma diante das críticas. Estas reações envolvem muitos elementos, que vão desde nosso autoconceito até as possibilidades e os valores que nos foram atribuídas (e através dos quais nós socializamos); que podem ser diferentes entre mulheres e homens, entre crianças e adultos, ou entre pessoas de uma cultura ou de outra. Colocar as críticas em contexto e avaliar a situação em que se geram, também tem que ver com refletir sobre o momento, o lugar e a pessoa, em concreto, de quem vem a crítica. Essa reflexão nos ajuda a saber quais clientes ou situações que nós devemos “tomar como pessoais”, e quais não.

2. Fortalecer a assertividade, além das críticas

Por outro lado, uma vez que percebemos que a nossa reação diante das críticas nos gera problemas emocionais, é o momento de perguntar se o nosso enfrentamento está afetando diretamente as nossas habilidades sociais. Caso a resposta seja afirmativa, algo que podemos trabalhar é a franqueza; entendida como uma habilidade que permite estabelecer comunicação de forma respeitosa e firme.

Por ser uma habilidade, e não um traço de personalidade que algumas pessoas têm e outras não, a franqueza é algo que podemos trabalhar e desenvolver. Trata-se de comunicar as nossas necessidades e interesses de forma clara, mas, ao mesmo tempo, reconhecendo as necessidades e os interesses do interlocutor (ou seja, mantendo a empatia).

Consiste também em discernir entre os momentos em que é melhor manter-nos prudentes e mais passivos; e aqueles momentos em que é necessário que nos mantenhamos ativos e firmes com nossas decisões. Fortalecer a assertividade é uma habilidade que nos ajuda a nos comunicar todos os dias, e que pode ir muito mais além de melhorar a maneira como enfrentamos as críticas.

3. Reveja e trabalhe a auto-estima

A auto-estima é a avaliação que fazemos sobre o nosso autoconceito. Ou seja, é o conjunto de valores (positivos ou negativos) que associamos a imagem que temos feito de nós mesmos. A partir da psicologia mais científica até a mais cotidiana, se tem dado atenção a como uma baixa ou alta auto-estima se reflete de maneira significativa nas habilidades sociais; isto é, que se faz visível nas relações eficazes e satisfatórias.

A avaliação que fazemos sobre o nosso autoconceito impacta na subavaliação ou sobreavaliação das possibilidades próprias e o reconhecimento de nossos limites. Deste modo, dependendo de como nós vemos a nós mesmos, podemos ter alguns problemas para enfrentar as críticas (o que se dá, justamente pela dificuldade de reconhecer tanto os limites como as capacidades). Isso pode gerar intolerância ou rigidez em relação ao julgamento que fazemos sobre os outros; e pode gerar o mesmo sobre o julgamento que os outros fazem sobre nós.

4. Reflexividade e auto-conhecimento

A reflexividade, ou a qualidade de ser reflexivo, refere-se à capacidade de avaliar algo com atenção, antes de levá-lo a cabo. Ou apesar disso, uma vez que tem sido levado a cabo, serve para que os resultados desta reflexão sirva em ocasiões posteriores. Trabalhar esta habilidade pode ser útil para enfrentar as críticas, já que nos permite analisar a forma como nos afetam as críticas alheias no dia-a-dia, e quais as ações próprias podem estar afetado as outras pessoas. Neste sentido, a reflexividade está relacionado com a introspecção e desenvolver um pensamento realista sobre as situações.

Em última instância tudo isso implica trabalhar autoaceitação e autoconhecimento, que significa assumir nossos pensamentos, sentimentos ou comportamentos, e também os nossos limites e possibilidades reais; como parte de nós mesmos e de nosso contexto de possibilidades. Sem esperar a aprovação incondicional, tanto da parte dos outros como de nossa parte. Isso nos permite trabalhar aquilo que não gostamos de nós mesmos, e, ao mesmo tempo, não nos debilitar em excesso diante das críticas alheias

5. Compartilhe experiências

É normal que as críticas nos causem certo desconforto, e também é normal que não saibamos como reagir em todo momento.

Diante disso, outra das estratégias que podem ser eficazes para enfrentar adequadamente as críticas é compartilhar esse mal-estar, e essa incerteza. Certamente nos encontraremos com alguém que se sentiu igual, e embora não se trate de uma pessoa especialista em psicologia, é possível chegar a conclusões interessantes sobre como nos sentimos diante das reações dos outros, e também sobre como se sentiram os outros diante de nossas reações.

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