Na teoria e na prática, ninguém é perfeito. Todos nós temos imperfeições, fraquezas e “pontos cegos” no nosso repertório de virtudes, e isso não é nenhum problema. O que sim é um problema, no entanto, é o que acontece quando nossa percepção destes defeitos gera inseguranças que nos mantêm com medo, e sem querer sair de uma zona de conforto muito restrita. Para isso, desenvolvemos 5 hábitos para te ajudar.
Infelizmente, esta insegurança com diferentes facetas é algo que interiorizamos de forma inconsciente, se nos acostumamos a participar em determinadas formas de interação com os outros e com o ambiente que nos rodeia.
Essas rachaduras na nossa auto-estima não aparecem porque sim, mas sim dependem das experiências pelas quais passamos e que geramos. Nem tudo está perdido. Como as inseguranças são aprendidas, também podemos desaprender até que sejam insignificantes e pequenos o suficiente para que não nos afetam muito. Nunca sairão do todo, já que a nossa memória emocional não pode ser resetada. Mas, ao fim e ao cabo, a saúde mental tem a ver com até que ponto somos funcionais, não se somos perfeitos.
Hábitos que aumentam as nossas inseguranças
A seguir, veremos alguns dos 5 hábitos mais frequentes que aumentam as nossas inseguranças e fazem com que se continuem a perpetuar no tempo.
1. Manter relações de dependência
Este tipo de relações humanas tendem a ser significativamente prejudiciais durante o tempo em que têm lugar, e não apenas se limitam ao âmbito do casal e do amor romântico.
Normalmente, esses links estão equipados com uma pessoa que utiliza diferentes fórmulas para alimentar as inseguranças desta última. Por exemplo, ridicularizando suas realizações, tirando a piada suas propostas, etc.
2. Expor-se a contextos altamente estressantes
Experimentar de forma frequente ansiedade tem um impacto negativo muito variado na nossa saúde física e mental. Entre estas consequências indesejáveis, encontra-se a ver de forma habitual como os nossos esforços e a nossa capacidade de nos concentrarmos em tarefas não nos são suficientes para alcançar os objetivos desejados, de forma que falhamos muitas vezes, cometemos erros bobos.
Claro, parte dessas inseguranças baseiam-se no fato objetivo de que apresentamos um desempenho pior em muitas tarefas, mas isso não é consequência do que somos, mas sim as circunstâncias pelas quais estamos passando. Por isso, ao deixar de se submeter a essa quantidade de stress, é mais fácil que a nossa percepção de nós mesmos se ajuste à realidade e não nos leve ao pessimismo.
3. Comparar-se com pessoas idealizadas
Este é um dos 5 hábitos mais relacionados com a insegurança. E é que, desde que nós vivemos na sociedade da informação, é cada vez mais comum nos comparar com as pessoas que basicamente não existem. Já que ou são representações muito “filtradas” de usuários reais de uma rede social que mostram apenas o que é bom e não mostram o que percebem como defeitos próprios, ou são representações de pessoas fictícias criadas a partir do trabalho de departamentos de marketing trabalhando a partir do material real aportado pelas celebridades (cantores, modelos, etc.).
Assim, é muito necessário ter consciência da existência destes filtros para evitar que a nossa auto-estima e o nosso autoconceito não dependem de comparações com estas miragens.
4. Evitar os problemas
Há quem, ao mínimo sinal de que pode ocorrer um evento estressante, faz o possível por evitar expor-se a ele. Mesmo se enfrentar essa situação seja claramente positivo ou necessária, dadas algumas circunstâncias, mesmo que seja para tentar a sorte e nos dar a oportunidade de que nossa situação melhore. Nestes casos, aqueles que já se habituaram a esta dinâmica geradora de incertezas, otimizam o medo de sair da zona de conforto para assim justificar sua passividade: “não há falta que faça essa chamada, de todas as formas pois sei que vai me rejeitar”, por exemplo.
Assumir como normal este comportamento não faz mais do que promover a tendência a manter um perfil baixo, alheio a qualquer tipo de ambição, e muito exposto aos medos baseados no medo de não ser suficientemente bons para conseguir aquilo que gostaríamos de obter.
5. Basear a auto-estima na crítica
Há pessoas que só encontram uma maneira de se reafirmar: criticar os outros tirando sarro deles. Isso não só prejudica aos outros; mas além disso, faz com que a auto-estima depende destes ataques constantes. Por outro lado, se alguma vez a direção de tais críticas se inverte, é muito mais vulnerável, porque essa auto-imagem obtida a partir da superioridade moral desaparece.
Como construir uma auto-estima saudável
Tal como vimos, a auto-estima e a nossa maneira de nos valorizar depende principalmente de como interagimos com nosso ambiente. Ter claro isso é fundamental para não assumir que as inseguranças nascem de nós mesmos e de forma isolada, como se fossem parte de sua essência.